segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A carta

Existem ainda muitas coisas para as quais eu dou valor.
Essas últimas tardes de Domingo me relembraram o gosto suave que tem a solidão. Ainda que amargo para algumas pessoas. Para mim é tão doce, essa solicitude...
E botando em prática mais um exercício, que aliás recomendo, aprendi um pouco mais sobre mim mesmo. Eu escrevi, segunda-feira passada, uma carta para mim mesmo nessa segunda. Eis o que dizia:
"Acho que, por entre devaneios, percebi que você, de fato, não é sozinho porquê quer, e sim porque precisa. Não importa o quanto tenha andado, ou quanto tempo tenha passado, você ainda, no fundo, não se sente bem com as relações humanas. Ainda tem em você a farpa do pensamento lógico, que te faz pensar que tudo são variáveis de uma equação, e que, só porque a experiência lhe mostrou que tudo está em constante desequilíbrio, tem medo de viver com os outros novamente.
Esse exílio, que auto-induziu, não fez nada além de te devolver o que sempre foi seu: o dom de olhar o nosso mundo por fora. De ver o todo, ignorando os detalhes. E você não precisa voltar se não quiser realmente..."
Acho que era o que eu precisava ouvir. Ainda que vindo de mim mesmo, me mostrou coisas.
Já nem lembrava de ter escrito quando li. Esse exercício é válido para qualquer pessoa. Aprender mais sobre si mesmo, e até mesmo aconselhar, ajudar a tomar decisões, e até consolar ou parabenizar após uma atitude tomada.
Tudo aquilo em que podemos confiar vem de nós mesmos.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Decisões

Acho que pouca gente conhece o poder de uma mente tranquila em tomar decisões. O que muita gente conhece é a capacidade que tem uma cabeça quente em não fazê-lo.
Sim, porque, dentre todos os maravilhosos dons que nós - seres humanos - temos, o de tomar decisões é o mais precioso, e é aquele que mostra o quanto somos burros. E não é pelo fato de tomarmos a decisão errada, mas por um argumento simples: Tomamos as decisões nos momentos errados. Somos defrontados com elas nos momentos errados. E as que realmente importam, não são fáceis.
Já me perguntaram uma vez porque não me relaciono tanto com as pessoas. É simples: eu as entendo.
Uma vez que você entende as pessoas, passa a perceber o quanto elas têm a capacidade de se ferir, e aos outros ao redor. Eu tomei minha decisão: eu tinha um motivo.
Se quiser tomar uma boa decisão, não há uma receita. Apenas alguns cuidados.
Se você souber exatamente o que te espera em cada opção, então significa que você não tem decisão nenhuma pra tomar. Sempre existe o melhor e o pior, e ninguém se decide pelo segundo.
Se a decisão envolve seguir em frente, e abandonar alguma coisa querida, o quanto essa coisa é realmente querida? Quantas vidas daria por ela? Quantas oportunidades de ser alguém realmente feliz, diferente do que é agora, você deixaria passar por isso? Quantas ruínas acha que vai colecionar assim? Muitas. Muitas...
E muitas são as vezes em que você vai decidir, e logo depois se enfiar debaixo de um cobertor com medo do resultado. Isso acontece com mais frequência do que deveria. Ou porque você ACHA que não soube decidir, ou porque espera ainda entender o que acabou de fazer.
Olhar pra trás - e isso é uma verdade fundamental - e não ver o caminho à frente, e tropeçar.
Tome as decisões fáceis antes que se tornem difíceis, muito embora só se saiba bem o que decidir quando se conhece exatamente o valor do que está em jogo - não subestimando nem super estimando. Quando se sabe exatamente quem morre e quem vive.
Quando não é você quem morre?

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Metalinguagem

De início queria deixar claro que as mensagens às vezes, são injustas.
Muitas das coisas que escrevemos, fazemos por nós mesmos, pouco nos importando de seu efeito nos demais. É assim que eu escrevo. Se tem algum efeito, eu não sei.
Mas as mensagens são injustas até para quem escreve.
Muitas vezes tudo o que eu preciso é o dedo no teclado, e ideias no pensamento, lógicas ou não. Não conheço o meu público, e nem sequer tenho certeza se tenho um, mas não duvido da seriedade da minha "plateia". Por isso, venho convocar à quem lê a uma reflexão:
Se eu fosse uma pessoa como todas as outras, haveriam muitos escritores, e ninguém precisaria ler.
Se eu não cometesse erros, não teria motivos para escrever sobre eles.
Se eu me tornasse um guia, muito provavelmente ensinaria às pessoas a não viver.
Se eu fosse confiável, seria chato.
Se eu confiasse, seria burro.
Se eu tivesse algum sentimento, seria um desequilíbrio hormonal (rsrs).
Se minha vida fosse fácil, eu mesmo já teria me matado.
Porque onde os outros vêem beleza, eu vejo métrica.
Onde encontram o beco sem saída, eu almoço tranquilo.
Onde descobrem seus problemas, eu vejo a solução para uma vida melhor, eu vejo a chave para seguir em frente, e escrever sobre isso depois.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O que fazer quando fizerem

De vez em quando a gente pensa que tudo está certo e encaminhado. Mas não está.
Você pensa que não há mais nada pra acontecer, mas se esquece de que o que as pessoas também têm seu livre arbítrio, e elas mudarão se um dia quiserem. Aí está a importância em não criar expectativas à longo prazo, quando tudo depende de mais alguém além de si mesmo. De fato, o mundo se torna um lugar complicado quando temos dificuldade em aceitar a opinião das outras pessoas, ou até suas atitudes.
Se todos vissem o mundo através de nossas perspectivas, tudo seria muito chato.
O homem é testado assim. "O verdadeiro teste para saber se sua decisão foi bem feita é ter que optar por ela novamente.". Se apesar de tudo o que as pessoas fazem ou pensam, ainda gostar delas, é porque isso é imutável. E posso dizer que elas fazem muitas coisas.
Aliás, eu também, como pessoa, faço muitas coisas.
Fizeram algo que me machucou, e ninguém sabe o que é, mas ainda assim eu sorrio porque sei que não vai mudar o que eu penso.
E o que é melhor: não tem nada a ver com amor...