segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Eu iria me molhar...

Segunda-feira, dez da noite.
Chove lá fora e o Departamento de Física na UFV está vazio. Meia dúzia de caras ficaram presos aqui, entre eles eu. Acho que não há oportunidade melhor pra pensar na vida, ou na ausência dela, talvez. É estranho o fato de que eu me divirta com situações como essa, com o inexperado. Até os deuses precisam aliviar o tédio, que dirá eu!
E em situações como essa, em que eu estava preso, que me surgiram grandes conclusões a respeito do todo - do motivo pelo qual entender como o todo funciona pode ser muito perigoso: perdemos totalmente a expectativa. Experimentamos cada vez mais o que não nos é satisfatório, e desejamos cada vez menos, com medo da desilusão. Esse tem sido meu erro nos últimos meses.
Para quem acompanha o blog, sabe que dessa vez estou falando sério.
Estou prestes a me abrir novamente ao mundo, a tentar aproveitar novamente o que ele me oferece, sem ter medo de expectativas que com certeza não serão realizadas. Eu já não lamento as decepções, porque já tenho espaço em meu coração reservado para elas. Já tenho a breve noção sobre de onde elas virão. Eu sou físico; aprendi a prever.
E acredito agora que ninguém deseja a liberdade de não mais ser compreendido - de entender uma língua e não falar - de tentar ser mais que humano em um mundo de humanos. Ao invés disso, vou usar o que eu já sei para ser melhor como pessoa. Coisa que eu já nem lembrava que eu era. Que eu sou.
Prometo que agora, por um bom tempo, meus muros vão abaixar, e aos poucos, eu me sentirei mais feliz com o contato das pessoas.
Espero que não caia de muito alto.

A chuva está parando...

Texto escrito no laboratório do
GISC, numa noite chuvosa
de segunda-feira.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A um amigo.

Em quais coisas você acredita?
Acredita nos sonhos? Na paixão? Na vida?
Em quantas coisas acreditamos só por acreditar, só por nos vermos, na maioria das vezes, sem explicação para o que acontece ao nosso redor? Desistimos de saber, desistimos dos planos, e nos esforçamos para agarrar com toda força algo que não podemos sequer tocar.
É uma coisa triste. Ser humano...
Minhas dores de cabeça se vão, a chuva começa a cair e o inverno se vai. O inverno que foi o responsável pelas maiores alegrias da minha vida, e também pelas maiores desgraças. Tudo acontece no inverno. E agora acabou. Agora eu me sinto um pouco humano novamente. Relembro aos poucos o que é sentir felicidade, sentir tristeza, e é como sentir a anestesia acabando no meio da dor. Não é tão ruim quanto parece: me ver acreditando em coisas que eu não sei explicar, e me ver tentando dar a mim mesmo uma nova chance. Perdoar a mim mesmo - e tentar, mesmo que seja em vão, me redimir comigo mesmo. Me darão um novo motivo pra sorrir, e (espero) um novo motivo pra chorar?
Estou aberto novamente à vida. Espero não voltar a ser uma máquina denovo.
"Se você não fizer por você, ninguém fará."
Obrigado amigo! Estou voltando...