quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Uma Espécie de Paz Temporária

Estou tentando até agora, de certa maneira, recolocar os pés no chão depois de uma temporada no céu. Admito que certas coisas estejam bem diferentes agora do que eram quando comecei a viagem. Pelo menos estou feliz pelos muros da cidadela ainda estarem de pé. Ainda resta, nesse momento, algo a defender.
A doce época das chuvas acaba de chegar, e eu que passei o último mês esperando um bom motivo pra me molhar, acabei encontrando um motivo bom o suficiente para olhar pela janela, e ficar em casa. De forma estranha, a gente sempre sente falta de certos fantasmas, que nos perseguiram por tempos sem fim até perceberem que nós crescemos e não temos tempo pra eles. Então eles somem, e inesperadamente nos deixam um vazio. Hoje eu olhei pela janela, procurando por um fantasma. Procurando por um problema antigo que já não está mais lá. Agora ele deixou um perigoso espaço para outro aparecer. Então, eu aproveito nos últimos dias um tipo estranho de paz temporária, contando os dias para ela acabar.
Acho que todo mundo merece uma paz temporária. Um tempo em que realmente se tem que pensar no que está acontecendo, afinal. Obviamente porque a partir de certo ponto não há como voltar atrás, principalmente quando já estamos sentindo na pele as conseqüências de determinadas escolhas, e o peso dos anos passando sem serem aproveitados. Todos os anos podem ser aproveitados.
Engraçado que, foi tentando aproveitar um ano perdido que eu me meti no problema de que eu falei. Foi fazendo uma promessa sem sentido, pra mim mesmo. Eu nem sou confiável com promessas, nem exijo que as pessoas cumpram o que me prometem. Eu não espero nada de ninguém, principalmente algo que não possam me oferecer. Ainda bem que fui salvo dessa promessa pela minha eterna preguiça.
Prometi que numa próxima vez seriamos perfeitos. Acho que seremos perfeitos estranhos.