quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Esse Blog Me Faz Sorrir!


Queria agradecer a Aline Fernandes pela indicação para o "Este Blog Me Faz Sorrir" no blog dela (\o/ Ahora me toca a mi... ). Fiquei muito feliz. Agora, ao que interessa. Para postar o selo acima, tenho que cumprir certas regras.
Vou dizer nove coisas que, provavelmente, ninguém sabe sobre mim, principalmente os que me conhecem apenas pelas páginas deste blog. Quem me conhece pessoalmente talvez saibam de algumas, mas enfim, vamos nessa:
1. Tenho mania de ficar rasgando panfletos de propaganda ao meio. Quando chego nuns dezesseis pedaços, eu paro.
2. Além de fazer Física e escrever, também sou desenhista.
3. Mesmo no calor, só durmo de meia. Aliás, no frio só tiro a meia pra tomar banho.
4. Não sei mentir, só omitir. Se me fizerem a pergunta certa, já era.
5. Tomate machuca a minha boca.
6. Já desenhei um vestido de noiva.
7. Eu falo sozinho (o que se agrava de madrugada).
8. Nunca tomei ponto, mas já precisei umas cinco vezes.
9. Tenho muitas boas idéias no banheiro.

Agora, vou indicar 9 pessoas para contar, elas também, 9 coisas sobre elas:

1. Raquel Elias - Entre Lágrimas e Pensamentos...
2. Marco Antônio Amaral - Njord's Corner
3. Frodominator - Ensaios de um Hobbit do Futuro
4. Clau - câmbio-desligo !
5. Carlos Alexandre Monteiro - Tudo Está Rodando
6. Liv Brandão - Go To Heaven
7. Mizarela - descascar alho
8. Suzana Elvas - Breviário das Horas
9. Juliana Cunha - Já Matei Por Menos

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A Revolta e a Reviravolta

A cidade estava enfumaçada, por causa da quantidade de carros. Alguns fogos de artifício também contribuíram um pouco. Nesse ambiente, lá vou eu para o centro da cidade encontrar uma amiga de longa data, que estava de passagem por Viçosa.
E sentados, na Pastelaria do Chinês, ela me dizia o quanto eu parecia adulto, e as coisas que eu tinha conseguido mudar, desde a última vez que tínhamos nos visto. Não é a primeira vez que eu tenho esse tipo de conversa. Enfim, ali ficamos por um tempo, e ela ia me contando as coisas que deixavam ela revoltada, no emprego que tinha arranjado. Gosto um pouco de ver as pessoas reclamando daquilo que as incomodam, porque isso as define, de certa forma. Aquela conversa me fez refletir mais fundo sobre o que me define. Se além daquilo em que acredito, o que me revolta também faz parte do que eu sou, o que será então?
Percebi que não me revolto com nada. No meio do trânsito que me levou até o centro, no meio da confusão da hora do rush de Viçosa (que garanto ser o inferno), não consegui achar nada particularmente revoltante. A única coisa que me revoltava, em toda a minha história, era a minha própria capacidade de complicar as coisas, em determinados momentos. Era a minha auto-defesa ligada no máximo, em momentos em que ela não era necessária.
Me revoltava saber que meu caso não era perdido, e que embora eu houvesse tentado de todas as maneiras seguir em frente, eu ainda não havia conseguido até aquele dia, até entrar na pastelaria e sentar naquela mesa. Essa sensação de inaptidão para esquecer das coisas me define, por ser o que me revolta. Mas não dizem que, quando não se pode vencer o inimigo, se deve unir-se a ele? As coisas que eu nunca disse, afinal, não vão se dizer sozinhas, ou me esperar pra sempre.
Ela seguiu caminho depois da visita, e eu saí desse "encontro às pressas" com vontade de andar, e olhando em volta comecei a analisar as pessoas novamente. Eu sou assim, não posso evitar... mas dessa vez eu ri de orelha a orelha.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

As Crônicas do Desaparecimento: Sinceridade

Conheci uma moça que sumiu, há algum tempo atrás. Ela ainda não era muito boa nisso. Mesmo assim, ela pegou suas coisas e foi pra longe de seus amigos.
A vida, naquele tempo, era muito boa para ensinar coisas, e ela, então, aprendeu. Aprendeu, em grande parte, a ver as coisas que estão ao seu redor. Aprendeu a ver aquilo que enxergava desde pequena. E durante seu tempo de desaparecida, ela sempre recebia mensagens de saudades, sempre acompanhadas de lembretes de que havia, e sempre haveria, um lugar para onde voltar.
Mas o destino, no seu caso, fez dela uma amante do pedestal onde havia subido, para admirar a paisagem do mundo. E quanto mais ela subia, quanto mais do todo ela via, mais encantada ela ficou por aquela vida. Ela seria capaz de vivê-la para sempre, mas no fundo do seu coração ela sempre guardava aquelas mensagens, aqueles desejos de boas vindas que custavam a vir, aquela celebração de laços incorruptíveis pela distância. Ela viveu algum tempo de sua nobreza solitária, até se rendeu algumas vezes às mensagens, mas em nenhum momento ela mentiu para si mesma. Em nenhum momento sequer ela esteve onde não deveria estar, pagando cada centavo dos preços que cada lugar cobrava.
Hoje ela ainda está sumida, e vive no topo daquele pedestal. Ela vê muito mais quando olha pela janela, e de lá pode ver o lugar de onde saiu - só alguns pequenos borrões, de uma figura da qual antes conhecia cada detalhe. Essa figura faz com que ela se reconheça, mas não faz dela o que ela é. Ela agora se caracteriza por estar distante, e no verso de cada recado de saudade, aprendeu a escrever o motivo de estar longe, o motivo que pode levar todos nós a arriscarmos o esquecimento: ser um pouco mais, sempre.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

As Crônicas do Desaparecimento: Razão

Depois de um tempo, resolvi sumir também. E muita gente sabe que eu sou especialista nisso.
Embora sempre houvesse um lugar para alguém em meu coração, eu havia adquirido a capacidade de tornar esse vazio algo sem significado. As ideias que surgiam à partir desse lugar comum e afastado do meu corpo não se transformavam em ações. A última coisa que eu havia feito, baseado em meus sentimentos, foi sumir. Sumir e deixar o tempo fazer o seu trabalho. Foi quando me perguntaram se eu realmente vivia do jeito que eu queria. Pra mim, naquele tempo, não era questão do que eu queria, era questão de sobrevivência. Se minha parte emocional não podia ter uma vida, então minha vida racional teria. Assim, eu resolvi sumir também.
Enquanto sumi, caminhei muitas vezes na chuva, outras no meio da rua, vazia pela madrugada. Às vezes encontrei pessoas na rua, e passava por elas, com meu segredo no coração. Sabia eu que elas jamais reconheceriam os segredos que esse mundo guarda, nem mesmo o meu, pequeno como era. Eu tinha sumido, e embora elas me enxergassem, elas não me viam.
O grande risco de sumir dessa maneira é que não se sabe, às vezes, a hora certa de voltar. Na grande maioria das vezes, só fazemos isso para que as pessoas sintam nossa falta, mas no fundo temos medo de que elas não sintam. O verdadeiro motivo das pessoas sumirem não é esse. Não é um narcisismo exacerbado, ou a falta de reconhecimento, ou menos ainda a vontade de ficar sozinho. Quem some, sendo verdadeiro consigo mesmo, faz isso por ser a única forma de nos livrarmos dos preconceitos, de nos ligarmos ao mundo e retomarmos nosso cordão umbilical perdido, de subirmos nos pedestais da vida e vermos o todo, perdendo, devagar, os detalhes dos relacionamentos superficiais. Quem some, some porque quer ver, de fora, de onde viemos e o que somos.
"Quanto mais te elevares, verás do todo uma parte cada vez maior, ao ponto que os pormenores se desvanecerão."
Pensando nisso podemos saber, com certeza, quando chega a hora de voltar.

sábado, 7 de agosto de 2010

As Crônicas do Desaparecimento: Impulso

Ela sumiu, e disse que eu não luto por aquilo que eu quero. Isso era um motivo bom o suficiente.
Mas o que eu faço enquanto não sei o que eu quero? O que faço quando eu olho ao redor e não gosto de nada do que vejo? Acho que não querer nada não é o meu pecado, e isso eu descobri em alguns momentos meio cruciais. Se você acredita no infinito, se acredita que o mundo é realmente um lugar muito grande, e que mesmo assim podem haver milhares de outros por aí, então cada atitude sua, cada coisa que você decide fazer nesse mundo é insignificante. Isso quer dizer que o único arrependimento que realmente temos direito de ter é de não ter feito as coisas. Uma vez que se faz, só pode dar certo ou errado, mas ainda assim isso é insignificante. Ainda assim, ela sumiu.
Eu senti na pele, recentemente, que idéias por si só não podem causar mal nenhum, apenas ações. Mas idéias, por si só, também não podem te levar a lugar nenhum, apenas ações. Então dei um tempo pra mim mesmo, e quando acabei, recobrei os sentidos, e decidi fazer um punhado de coisas insignificantes. Ainda assim, ela sumiu.
E nas muitas moradas que visitei, e em tantas outras que não pude, encontrei abrigos tão seguros para certas idéias, e no meio de milhares de alegorias do que minha vida devia ter sido, creio ter encontrado uma que possa recuperar. Ela sumiu, e disse que eu não luto por aquilo que eu quero. Eu não luto por nada que não consiga naturalmente. Eu luto pelo que preciso. Aquela alegoria, aquele oasis de oportunidades e segundas intenções que podem me fazer parecer idiota perante o mundo, mas feliz comigo mesmo, parece me chamar à luta. E por mais que ela tenha sumido, deve estar feliz de saber que eu vou pegar minhas armas denovo, e caminhar para a frente de batalha com a bunda de fora.
Será que é isso mesmo o que eu quero? Se há uma maneira de saber: através de coisas insignificantes.