quinta-feira, 19 de abril de 2012

L'Odisseia, Parte 1: Ilíada

Há alguns dias eu contei da minha involuntária maneira de me afastar do mundo e tentar provar uma teoria: O fato de alguém achar que eu sou bom nos tempos de chuva, mas péssimo nos tempos de Sol. Enfim, depois de algum tempo, retornei à minha rotina normal, e essa rotina envolvia, entre outras coisas, ir visitar meu pai na minha cidade natal.
Mas os deuses do destino não pareciam querer que eu retornasse. Entre eu deixar minha amada Vice City e chegar ao meu destino final em Rio Pomba, eis que uma pequena odisseia se sucedeu.
Era sábado de manhã, e contra tudo e contra todos, eu acordei cedo. Na minha passagem, estava marcado: Linha Ponte Nova/ Juiz de Fora, 9:45hs. Esse horário era estranho pra mim, que costumava pegar o ônibus das 19:40, na sexta-feira. Mas era aniversário do meu pai, era uma ocasião importante para eu voltar à vida normal.
9:40h da manhã lá estava eu na rodoviária, junto com algumas centenas de pessoas, na confusão que só o Terminal Rodoviário de Vice City pode proporcionar. Dez minutos depois, 9:50, um ônibus chega: Linha Ponte Nova/Juiz de Fora. Era, para todos fins, o meu. Me aproximo do auxiliar e fico sabendo que não era o meu - aquele ônibus era o de 9:47, e o 9:45 ainda estava a caminho. Volto para o banco onde estava sentado. O 9:47 já passou e o meu 9:45 ainda não havia chegado.
Doze minutos depois, chega outro ônibus da linha Ponte Nova/ Juiz de Fora, dessa vez o 9:45. Não haveria problema, não haveria estorvo, e eu subo no ônibus e sento na minha poltrona, como tinha feito pela última vez, noventa dias antes. Porém, com o motor já ligado, o auxiliar do 9:45 pergunta, lá da frente, se alguém estava indo para Rio Pomba. Como se tratava do meu destino, eu levantei o braço, sozinho na multidão. Eu era o único. O auxiliar, então, se aproxima da minha poltrona e diz, como se não houvesse remédio, que o 9:45 não chegaria a Rio Pomba, mas pararia duas cidades antes, em Ubá. O ônibus que eu deveria ter pegado era o 9:47.
Como não houvesse remédio, também, eu iria naquele ônibus até Ubá, e de lá, trocaria a minha passagem por uma até Rio Pomba, às 13:30 da tarde. Eu ficaria três horas a mais na estrada, e o meu reencontro com a vida estaria fatalmente atrasado. A odisseia estava começando.

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