quinta-feira, 28 de março de 2013

Minhas 127 Horas (Parte 1)

Passado dia 17 fiz 26 anos. Ao contrário da maioria das pessoas, eu não me importo com isso.
Mas os dias que se sucederam foram realmente únicos. Meia dúzia de acontecimentos, todos dedicados a um mesmo objetivo: meu presente a mim mesmo.
Vou começar do começo.
Desde meus vinte anos que eu fico incomunicável no meu aniversário. Minha irmã já sabe que, se quizer me ligar, ou se consegue um dia antes ou um dia depois. Dessa vez não foi diferente: tirei o dia pra mim, não fiz quase nada o dia inteiro, mas me dei meu presente. Fiz algo que nunca tinha feito antes.
O que foi dessa vez? Sobrevoar a minha UFV num bimotor. Todo domingo esse "serviço" é oferecido, e eu queria experimentar. Já que esse ano meu aniversário deu no domingo, eu pensei "por que não?". E lá fui eu, ganhar meus trinta minutos de soberania. No caminho de volta, olhando pela janela do ônibus, uma chuvinha fina batia na janela, e me lembrava de erros cometidos há muito tempo, há tanto tempo que eles já nem importavam mais. A chuva me lembrava que eu tinha aprendido com meus erros, e que eles não voltariam a se repetir. E isso me fez uma pessoa um pouco menos errada, um pouco mais certa.
Quando finalmente cheguei em casa, às três da tarde, ainda fui à UFV, dessa vez preso ao chão, e terminei meu dia às onze e meia, conversando ao telefone com minha irmã, na recaída de ligar o celular, sobre responsabilidade. Meu assunto favorito nos últimos meses.
Meu dia estava completo, até eu chegar em casa e perceber que metade da minha prótese dentária, do meu molar inferior esquerdo, estava faltando.
Começava a semana mais importante da minha vida.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Minhas Introspecções

Descobri essa semana que o fato de eu ser uma pessoa que prefere não demostrar sentimentos "abertamente" não faz de mim um introvertido. Afinal, eu posso falar sobre qualquer assunto, posso demonstrar qualquer reação, exceto as emocionais.
Mas o mais interessante é que eu descobri que algumas pessoas realmente me invejam nesse ponto.
Frieza, muitas vezes, é algo extemamente necessário pra te deixar a par das situações, pra lhe posicionar diante de uma realidade e principalmente pra tomar decisões importantes. Mas, é como diria o Exupéry: "Uma vez no centro do perigo os homens não se horrorizam mais". Foi preciso, pra mim, estar no centro do perigo primeiro, foi preciso tomar algumas decisões erradas, baseadas em sentimentos terríveis, e pagar o preço por elas. O espírito de ninguém nasce assim, nós somos impulsivos por natureza. A diferença são os acontecimentos que nos moldam, e que vão, há medida em que a gente cresce, nos horrorizando cada vez menos. Eu já não tenho medo de tomar decisão alguma me baseando no que sei; já tomei muitas decisões me baseando no que temo.
Isso traz tantas soluções quanto problemas.
Mas sabe de uma coisa, estar em controle de sentimentos fortes e ser capaz de dar um passo atrás, e estar certo de que suas ações e atitudes perante as pessoas não são controladas ou limitadas pelo que se sente - isso é de se orgulhar. Eu sei que isso não é pra todo mundo.